22 de julho de 2010

Cooperativa lança produtos inéditos no país

Depois de sete anos de muita luta, a Cooperativa Regional Agropecuária Terra Livre – Coopertel, está prestes a lançar seus primeiros produtos industrializados no mercado. Tratam-se de alimentos a base da moranga e demais hortaliças produzidas no município e região. A cooperativa foi criada por agricultores de Ponte Alta, que viram a necessidade de união para conseguir alcançar seus objetivos, e hoje conta com 200 sócios, moradores de Campos Novos, até Campos Belo. A Coopertel é a única cooperativa organizada exclusivamente pelos agricultores familiares da grande região serrana. Os integrantes fazem parte da reforma agrária, através do assentamento Anita Garibaldi. Esta reforma tem por objetivo proporcionar a redistribuição das propriedades rurais, para realização de sua função social. Este processo é realizado pelo Estado, que compra ou desapropria terras de grandes latifundiários e distribui lotes de terras para famílias camponesas. A realização da reforma agrária no Brasil é lenta e enfrenta várias barreiras, entre elas a resistência dos grandes proprietários rurais, dificuldades jurídicas, além do elevado custo de manutenção das famílias assentadas, pois essas famílias que recebem lotes de terras da reforma agrária necessitam de financiamentos com juros baixos para a compra de adubos, sementes e máquinas. Porém, é de extrema importância a realização da reforma agrária no país, proporcionando terra para a população trabalhar, aumentando a produção agrícola. Nesse contexto, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), exercem grande pressão para a distribuição de terras, sendo a ocupação de propriedades consideradas improdutivas sua principal manifestação. Em Ponte Alta se encontram hoje instaladas e já produzindo, 44 famílias, serão elas as responsáveis por boa parte da matéria prima que será utilizada na produção da cooperativa. Conversamos com o presidente da Coopertel, e também vereador, Amauri Fracaro, que nos contou um pouco de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido. “Em 2006 os produtores tiveram um prejuízo muito grande com a colheita da moranga e da melancia, depois disso, vimos a necessidade urgente de criar algo onde pudéssemos usar a moranga, já que Ponte Alta é a capital dela, de forma industrializada e rentável para todos”, conta. De lá para cá, foram muitas reuniões e busca por documentação, exigindo esforço e dedicação por parte da equipe. Atualmente os produtos que serão comercializados estão sendo testados e estudados pela Universidade Federal de Santa Catarina, que tem se mostrado parceira na execução dos projetos desde o início. Antes mesmo do final do ano, os moradores e turistas poderão saborear os produtos feitos no município. Amauri nos explicou que a economia de sua cidade gira em torno, basicamente, da agricultura familiar, de maneira que todos os estabelecimentos comerciais acabam dependendo desta renda. “A industrialização destes produtos irá auxiliar todo o município quando o assunto é crescimento”, disse. Serão lançados no mercado: a farinha integral, feita exclusivamente de moranga, a farinha mix, de moranga e abóbora, o purê de moranga, onde o comprador poderá escolher na hora do preparo se fará ele doce ou salgado, e uma das maiores novidades que é a semente da moranga caramelizada, nos sabores: chocolate, chocolate light, canela e café, além das conservas de pepino, beterraba, cebola e cenoura. Através de diversos projetos, a cooperativa já conseguiu recursos para a estrutura da fábrica, um carro 0km, através de parceria com a Eletrosul, estará adquirindo mais dois carros 0km para assistência técnica, o Conab já comprou antecipadamente R$ 450 mil em produtos, que serão distribuídos em entidades e na merenda escolar. Além disso, através de emenda parlamentar do deputado Cláudio Vignatti, já foi conseguido uma Casa Colonial, que ficará ao lado da fábrica, para comercialização dos produtos e recepção aos visitantes. Junto ao Sebrae, que visa o desenvolvimento regional e do pessoal do campo, também receberão um caminhão no valor de R$ 100 mil, tudo fruto do conhecimento e trabalho dos profissionais envolvidos neste grande empreendimento. “Toda a logística que será usada é da marca Terra Viva, que já está com 20 anos de mercado”, falou Amauri. Disse ainda, que até o final do ano deverá gerar em torno de 50 empregos na cidade. A inauguração da empresa está prevista para o dia 14 de agosto, onde todos poderão degustar dos novos produtos que serão lançados no mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário